ARQUIVO 04, BASHAL`ARAN

   Com a permissão de Lady Tyrande Murmuréolo, eu pude acompanhar uma amiga de longa data até o local onde o ritual era iniciado, o ritual que muitos de meus amigos elfos noturnos comentavam, discutiam se participariam desse ritual ou não, e uma que escolheu trilhar esse caminho foi minha amiga Lauriel.

 Lady Tyrande me permitiu acompanhar essa minha amiga com 2 condições, a primeira é que nunca revelaria como o ritual era feito caso fosse capturado e torturado, e a segunda que eu só poderia ir até o local com a promessa que não interviria no ritual caso minha amiga sofresse no processo, e com muito pesar no coração aceitei as condições impostas.

 Chegamos ao local, Bashal´aran, uma sacerdotisa encapuzada e duas elfas guerreiras nos receberam no portal, Lauriel foi instruída a seguir a sacerdotisa, e quando fui segui lá as duas guerreiras entraram no caminho, com espadas a mão falando que era para dar meia volta, era proibido qualquer outra raça, por mais que fosse aliada , de presenciar o ritual sagrado, Tyrande sabendo que isso ia acontecer me instruiu a mostrar o pequeno artefato que ela me deu, para mostrar a elas que tenho a permissão, que tenho a confiança da própria fúria de Eluna.

 Após mostrar  o artefato e tudo ser esclarecido, eu segui as duas guerreiras ao local, enquanto as seguia elas, olhei aos céus e ao oceano, e lua quase que em total eclipse, e outrora a capital dos elfos noturnos, Teldrassil em total ruína, até que chegamos ao local, havia muitos elfos observando a área que o ritual acontecia, alguns apresentavam a marca que passaram pelo ritual com sucesso, os olhos negros e a sede por sangue é claramente sentida de longe, e ao outro lado 3 corpos cobertos, claramente aqueles que sucumbiram ao ritual.

  Me coloquei em um local em que poderia ter visão total da minha amiga e de todo o ritual, e sob a lua em total eclipse, a sacerdotisa chama Lauriel próxima a fonte que emanava quantidades absurdas de energia arcana, a sacerdotisa com seus dedos hábeis faz marcas nas pálpebras de Lauriel falando

  Sacerdotisa: Pequena, tem certeza do caminho que vai trilhar?, pois se for escolhida sua vida não será mais a mesma.

    E sem falar nada, Lauriel caminha em direção a fonte, no vórtice de energias, fecha os olhos e começa a flutuar, e todos os elfos entoam palavras, não sei se era um cântico antigo ou um feitiço, mas senti um calafrio muito forte nesse momento, e nesse momento Lauriel grita de dor, eu não poderia fazer nada, somente torcer e orar pelo seu bem, o vórtice brilhava mais e mais a medida que o cântico era entoado e seus gritos de dor aumentavam, até que um silencio foi feito e o vórtice sumiu, Lauriel caiu nas águas negras da fonte e nesse momento não me aguentei, levantei e ia socorrer minha amiga, mas uma elfa ladina me segurou pelo braço e falou que era para me acalmar que esse era o momento de transição, o momento que mudaria  ela para sempre, eu quase ignorei, mas vi ela levantando das águas, gritando olhando para a lua.

  Lauriel: ELUNA, OUÇA O CLAMOR DA MINHA ALMA, OUÇA O CLAMOR DE UMA FILHA QUE PERDEU SEU LAR, OUÇA O CLAMOR DE UMA MÃE QUE VIU SUAS FILHAS E SEU FILHO MORREREM NAS CHAMAS SEM PODER FAZER NADA PARA AJUDÁ-LOS , OUÇA O CLAMOR DE UMA ESPOSA QUE PERDEU SEU AMADO QUE TENTAVA SALVAR A MULHER QUE ELE JUROU AMOR ETERNO E JAMAIS QUEBROU TAL JURAMENTO, ME TORNE A ESPADA QUE HÁ DE VINGAR TAIS PERDAS, A FOICE QUE VAI CEIFAR AS ERVAS DANINHAS DE KALIMDOR, ME TORNE O INSTRUMENTO DE SUA FÚRIA.

 Após ela gritar isso, ela olhou para mim, uma ultima vez com os olhos, aqueles olhos brilhantes como estrelas, que se tornaram negros e vermelhos com a fúria, e uma marca cresceu pelos olhos, como marcas de guerra, ela se levantou, e ficou ao lado da sacerdotisa que falava para todos.

 Sacerdotisa: MAIS UMA ELEITA POR ELUNA, MAIS UMA DIGNA DE SER SUA JUSTIÇA PELOS CAÍDOS, POR ELUNA, POR KALIMDOR.

  Todos ali fizeram uma enorme comemoração, menos eu, algo naquele ritual me preocupava, porque depois da guerra, o que seria daqueles que seguiram tal caminho?

   Lauriel apos a transformação

  (primeira vez que senti medo dela)

A elfa ladina que conseguiu me segurar

(para um braço fino, tinha muita força)